quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PAI AMIGO

Esse ano marcou muito a minha vida. Em 5 de maio meu pai foi retirado de cena subitamente. Desde então não escrevi mais nada no blog. Porém antes que findasse o ano resolvi deixar o registro sobre a importância que ele teve pra mim. Sinto um orgulho imenso por ter conhecido um homem com as qualidades que ele teve. Desde pequeno a imagem que tenho dele pode ser resumida como um grande herói. Sempre trabalhando para prover o melhor. Com sua partida um pedaço de mim também se vai.

Meu pai era meu melhor amigo. Que bom que pude falar isso pra ele muitas vezes e não como acontece com muitos que só descobrem o valor das pessoas quando estas se vão. Na verdade eu já pensava e muito que essa hora chegaria, embora não imaginasse que viria tão rápido. Porém, por saber que viveria esse momento de falta, é que aproveitei para fazer o que pude para expressar meu amor por ele.

Minha fé não foi abalada em nada em virtude disso. Ao contrário. Vi Deus agir de forma inexplicável, controlando todos os eventos que precederam a ida de meu pai. Sei que “nenhum passarinho cai em terra sem o consentimento do Pai”. Portanto, agradeço ao meu Pai celeste por me conceder por 33 anos o meu querido pai José Luis Moraes, nascido em Nova Friburgo, Estado do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril de 1954 (dia da mentira – que ele tanto citava como tendo o direito de “pegar umas mentirinhas” por ter nascido no dia). Descanse em paz meu querido pai. Espero vê-lo novamente. Amor eterno entre nós.

De seu querido filho e com muitas saudades.

Luiz Augusto de Souza Moraes

28-12-2010

domingo, 25 de abril de 2010

Cristianismo-Negócio

Retirei esta frase em sua língua original. Depois encontrei uma tradução em português que a atribui a Richard C. Halverson (1916-1995) pastor americano.


Dipensa comentários quanto a realidade que ela expressa para a atualidade mundial




"Christianity began as a personal relationship with Jesus Christ. When it went to Athens, it became a philosophy. When it went to Rome, it became an organization. When it went to Europe, it became a culture. When it came to America, it became a business."


"O Cristianismo começou como um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Quando ele foi para Atenas, tornou-se uma filosofia. Quando ele foi para Roma, tornou-se uma organização. Quando foi para a Europa, tornou-se uma cultura. Quando ele veio para a América, tornou-se um negócio. "





Que Deus conceda sua graça misericordiosa diante de tantos equívocos.

Luiz Augusto

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Desonra ou Privilégio II


Yancey também fala da condição de ser pobre como uma virtude:

"Por que Deus destacaria os pobres para atenção especial em detrimento de qualquer outro grupo?, eu ficava imaginando. O que “faz os pobres merecerem a preocupação de Deus? Recebi ajuda nessa pergunta de uma escritora chamada Monika Hellwig, que faz uma lista das seguintes “vantagens” de ser pobre:

1. Os pobres sabem que têm premente necessidade de redenção.

2. Os pobres reconhecem não apenas sua dependência de Deus e de gente poderosa como também sua interdepen­dência uns dos outros.

3. Os pobres depositam a segurança não nas coisas, mas nas pessoas.

4. Os pobres não têm um senso exagerado de sua própria importância e nenhuma necessidade exagerada de privaci­dade.

5. Os pobres esperam pouco da competição e muito da coope­ração.

6. Os pobres conseguem distinguir entre necessidade e luxo.

7. Os pobres podem esperar, porque adquiriram uma espécie de paciência obstinada nascida de uma dependência reconhecida.

8. Os temores dos pobres são mais realistas e menos exage­rados, porque já sabem que a pessoa pode sobreviver a grandes sofrimentos e necessidades.

9. Quando os pobres ouvem a pregação do evangelho, ele soa como boas novas e não como uma ameaça ou repre­ensão.

10. Os pobres podem reagir ao apelo do evangelho com certo abandono e com uma inteireza descomplicada porque têm tão pouco a perder e estão prontos para tudo.
Em suma, não por escolha própria — podem intensamente desejar o contrário —, as pessoas pobres encontram-se em uma postura que se encaixa na graça de Deus. Em sua condição de necessidade, de dependência e de insatisfação com a vida, podem dar boas vindas ao livre dom do amor de Deus."[1]

Luiz Augusto


[1] YANCEY, Philip. O Jesus Que Eu Nuca Conheci. 1. ed. São Paulo: Vida, 2002.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Desonra ou Privilégio?


Quando nós olhamos as condições dos mais abastados e fazemos algumas comparações por nos encontrarmos privados de certos confortos nesta vida, nos inferiorizamos e até nos desprezamos. Isso se dá porque no capitalismo ocidental somos tentados a viver como a coletividade vive: consumindo mais e mais. Por isso não basta ter; é preciso ter muito e de preferência que esse montante tangível se renove de tempo em tempo. Isso se aplica as TV’s, carros, celulares, aparelhos de som, etc. Quando não conseguimos viver nesse padrão, nos frustramos. No entanto esquecemos que Jesus não viveu num padrão privilegiado de vida mas além de ter sido um homem de realizações modestas quanto a bens, nos brindou com sua atenção para os pobres. Não poderia deixar de citar Philip Yancey, um dos maiores escritores cristãos da atualidade, que em seu livro “O Jesus que eu nunca conheci” trata deste assunto ao dizer:

"A sociedade moderna vive por regras de sobrevivência dos mais capacitados. “Aquele que morre com mais brinquedos é o vencedor”, diz a frase de um pára-choque. Da mesma forma a nação com as melhores armas e com o maior PIB. O proprietário dos Chicago Bulls apresentou um resumo compacto das regras que governam o mundo visível na ocasião da aposentadoria (temporária) de Michael Jordan. “Ele está vivendo o sonho americano”, disse Jerry Reinsdorf. “O sonho americano é atingir um momento na vida em que não é preciso fazer nada que você não queira e em que pode fazer tudo o que quer.”

Esse pode ser o sonho americano, mas sem dúvida não é o sonho de Jesus conforme revelado nas bem-aventuranças. As bem-aventuranças expressam com bastante clareza que Deus avalia este mundo por um conjunto de lentes. Deus parece preferir os pobres e os que choram, à Loteria Federal e aos supermodelos que se divertem na praia. É estranho, Deus pode preferir a América Latina do Centro e do Sul à praia de Malibu, e Ruanda a Monte Carlo. Na verdade, poder-se-ia colocar um subtítulo no sermão do monte, não a “sobrevivência dos mais aptos”, mas o “triunfo das vítimas”.



Diversas cenas nos evangelhos apresentam um bom quadro do tipo de pessoas que impressionou Jesus. Uma viúva que colocou seus últimos dois centavos como oferta. Um desonesto cobrador de impostos tão arrasado pela ansiedade que subiu em uma árvore para ter uma visão melhor de Jesus. Uma criança sem nome, sem descrição. Uma mulher com uma fileira de casamentos infelizes. Um mendigo cego. Uma adúltera. Um homem com lepra. A força, a boa aparência, as boas relações e um instinto competitivo podem trazer o sucesso para uma pessoa em uma sociedade como a nossa, mas são exatamente aquelas qualidades que bloqueiam a entrada no reino do céu. A dependência, a tristeza, o arrependimento, um anseio de mudar — esses são os portões para o reino de Deus."[1]


Luiz Augusto



[1] YANCEY, Philip. O Jesus Que Eu Nuca Conheci. 1. ed. São Paulo: Vida, 2002.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O sono do calor


Landa Cope, conferencista da bem conhecida organização JOCUM (Jovens com Uma Missão) escreve em seu livro, Modelo Social do Antigo Testamento, que um dos grandes erros na igrejas é o fato delas pregarem a Salvação como a única mensagem cristã. Isso se deve ao fato da salvação ser um conteúdo composto de vários elementos e não apenas relacionado a condição de perecimento da alma. Ensinar às pessoas que ser salvo significa apenas possuir a vida eterna mas não lhas ensinar que também é uma condição de vida onde se é observado sinais básicos de mudanças de caráter e ética, ou seja, frutos visíveis, configura-se num erro lastimável. Isso explica porque muitos cristãos não possuem o senso de responsabilidade com o próximo, com os bens que possui e aí por diante. Aprenderam que irão para o conforto eterno algum dia mas não aprenderam, enquanto peregrinam nesta vida, dar conforto aos que sofrem. Tampouco aprenderam sobre o ser justo, verdadeiro, humilde, honesto, comprometido, pontual, desprendido, etc., porque infelizmente não ouviram mensagens que os responsabilizavam a isso. Para que o mundo melhore não basta que as pessoas se sintam salvas mas que elas expressem que essa salvação começa aqui e que é capaz de mudar aqueles que vivem em seu meio.

Landa conclui que os cristãos não têm influenciado o meio em que vivem e isso é atestado por muitas cidades não estarem mudando para melhor mas para pior. Pesquisas mostram, segundo Landa, que é necessário somente 20% de uma sociedade com o mesmo ideal para que possa influenciar e até liderar os outros 80% numa determinada direção. Ainda segundo a pregadora, essa verdade sociológica não se harmonizava com a cidade americana de Dallas, no estado do Texas, que possuia, na época em que a pesquisa foi realizada, cerca de 20% de cidadãos protestantes, fazendo-a ser considerada como a cidade mais evangélica per capita do país. Mesmo se enquadrando no perfil social que a fazia ser exemplo dessa verdade, a cidade de Dallas contradizia a pesquisa, apresentando altos índices de fatores sociais descomprometidos dos valores cristãos, como crime, imoralidade, pobreza, corrupção, justiça, doenças, drogas, falta de moradia e analfabetismo. Por quê os 20% dos cristão de Dallas não estavam conseguindo influenciar o restante de seus cidadãos? O que explicaria essa desarmonia, é a fato dos cristãos não refletirem valores na direção horizontal, ou seja, aqueles que atingem os que estão ao seu redor, mas de enfatizarem apenas aqueles de ordem vertical. Os cristão de Dallas haviam relaxado em suas práticas e portanto, o resultado não poderia ser outro senão uma desordem social. Sob essa ótica, a salvação torna-se uma mensagem que não só transforma o homem para Deus, mas o homem para o seu próximo.

Um amigo em meu trabalho repassou-me uma frase que ouviu certa vez e que expressa bem esse artigo:

“Se o fogo que há em ti se apagar, morrerão de frio os que estão ao seu redor.”

Isso explica um mundo que a cada dia se esfria mais.


Luiz Augusto