terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

O sono do calor


Landa Cope, conferencista da bem conhecida organização JOCUM (Jovens com Uma Missão) escreve em seu livro, Modelo Social do Antigo Testamento, que um dos grandes erros na igrejas é o fato delas pregarem a Salvação como a única mensagem cristã. Isso se deve ao fato da salvação ser um conteúdo composto de vários elementos e não apenas relacionado a condição de perecimento da alma. Ensinar às pessoas que ser salvo significa apenas possuir a vida eterna mas não lhas ensinar que também é uma condição de vida onde se é observado sinais básicos de mudanças de caráter e ética, ou seja, frutos visíveis, configura-se num erro lastimável. Isso explica porque muitos cristãos não possuem o senso de responsabilidade com o próximo, com os bens que possui e aí por diante. Aprenderam que irão para o conforto eterno algum dia mas não aprenderam, enquanto peregrinam nesta vida, dar conforto aos que sofrem. Tampouco aprenderam sobre o ser justo, verdadeiro, humilde, honesto, comprometido, pontual, desprendido, etc., porque infelizmente não ouviram mensagens que os responsabilizavam a isso. Para que o mundo melhore não basta que as pessoas se sintam salvas mas que elas expressem que essa salvação começa aqui e que é capaz de mudar aqueles que vivem em seu meio.

Landa conclui que os cristãos não têm influenciado o meio em que vivem e isso é atestado por muitas cidades não estarem mudando para melhor mas para pior. Pesquisas mostram, segundo Landa, que é necessário somente 20% de uma sociedade com o mesmo ideal para que possa influenciar e até liderar os outros 80% numa determinada direção. Ainda segundo a pregadora, essa verdade sociológica não se harmonizava com a cidade americana de Dallas, no estado do Texas, que possuia, na época em que a pesquisa foi realizada, cerca de 20% de cidadãos protestantes, fazendo-a ser considerada como a cidade mais evangélica per capita do país. Mesmo se enquadrando no perfil social que a fazia ser exemplo dessa verdade, a cidade de Dallas contradizia a pesquisa, apresentando altos índices de fatores sociais descomprometidos dos valores cristãos, como crime, imoralidade, pobreza, corrupção, justiça, doenças, drogas, falta de moradia e analfabetismo. Por quê os 20% dos cristão de Dallas não estavam conseguindo influenciar o restante de seus cidadãos? O que explicaria essa desarmonia, é a fato dos cristãos não refletirem valores na direção horizontal, ou seja, aqueles que atingem os que estão ao seu redor, mas de enfatizarem apenas aqueles de ordem vertical. Os cristão de Dallas haviam relaxado em suas práticas e portanto, o resultado não poderia ser outro senão uma desordem social. Sob essa ótica, a salvação torna-se uma mensagem que não só transforma o homem para Deus, mas o homem para o seu próximo.

Um amigo em meu trabalho repassou-me uma frase que ouviu certa vez e que expressa bem esse artigo:

“Se o fogo que há em ti se apagar, morrerão de frio os que estão ao seu redor.”

Isso explica um mundo que a cada dia se esfria mais.


Luiz Augusto

2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns meu amigo e que o seu fogo continue a aquecer o coração das pessoas que estão ao seu redor, levando-as para mais perto de Deus. Um abraço.

Unknown disse...

Esse artigo descreve uma realidade lamentável, mas absolutamente real.

A falta de discipulado honesto gera um corpo fraco, suscetível às debilidades da corruptibilidade humana.

Mas, pior que a não-intenção-de-transformação voluntária individual de muitos ditos "convertidos", é o que isso resulta como empecilho para que muitos se dêem a enxergar a luz do evangelho e, consequentemente não alcancem a salvação.

Ainda, quem se reconhece falível, porém se dispõe a tentar ser um incessante buscador de santidade torna-se alvo de críticas e rótulos - até dentro da igreja. Se este está firme em Cristo, tende a resistir e permanecer na sua busca. Se ainda é imaturo na fé e influenciável, facilmente se perderá.

Por tudo isso, penso que não podemos deixar de nos exortar, em amor, nem desistir de nos consagrarmos a Deus em tudo que fizermos.